Nova modalidade de financiamento da Caixa já gera aumento na busca por imóveis. Construtora Campos Gouveia vê medida com bons olhos
O mercado recebeu com muito bons olhos a novidade anunciada pela Caixa Econômica Federal em relação ao crédito imobiliário: uma nova linha de financiamento, com juros variando entre 2,95% e 4,95% ao ano, mais a inflação, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). A repercussão também é muito positiva para toda a cadeia econômica. O principal impacto direto é o aumento da confiança dos compradores na hora de adquirir o imóvel dos seus sonhos.
“Já temos reflexo dessa facilidade de crédito nas obras que estão sendo entregues, casos concretos de clientes que iam distratar e a redução dos juros foi a salvação. Com essa queda, a parcela passou a caber no orçamento e a compra do bem foi viabilizada. Um distrato é muito ruim para o cliente, uma frustração muito grande ao se ver obrigado a cancelar o contrato. E para a construtora, todo o processo de devolver o percentual combinado e recolocar o imóvel à venda. Não é bom para ninguém”, pontua Breno Campos Gouveia, diretor da construtora Campos Gouveia.
Confirmando a expectativa do empresário, as parcelas dos financiamentos devem sofrer queda entre 30% e 50% com a nova regra, que já está em vigor. Anteriormente, os contratos habitacionais da Caixa contavam apenas com a correção pela Taxa Referencial (TR), que é zero, mais juros entre 8,5% e 9,75% ao ano. “A chegada dessa nova linha de crédito é muito importante, porque finalmente o cliente tem uma alternativa. Antes, não havia opção para uma pessoa interessada na compra de um imóvel. Agora, ela pode escolher entre TR e IPCA e já temos exemplos de compradores que aderiram à nova modalidade, porque é uma solução para quem não ia conseguir pagar e poderia perder o imóvel”, analisa Helder Boia, da CTI Imobiliária, parceira da Campos Gouveia e responsável por toda a operacionalização dos financiamentos da construtora. A empresa também é representante da Caixa, atuando como correspondente bancário.
Depois da Caixa, o Banco do Brasil já anunciou redução da taxa de juros imobiliários para os contratos de prazo mais curto – os bancos privados também devem seguir a tendência de queda, ajustando a variação de juros aos seus produtos. “Com esse estímulo à concorrência, quem mais ganha é o cliente. A baixa de juros fomenta a economia como um todo e, na ponta, na mão do comprador, o dinheiro passa a valer muito mais”, defende Boia.
DEMANDAS
Além do aumento da capacidade de pagamento do cliente, outro benefício deve se dar no campo da construção em si: com mais procura, a oferta por imóveis tende a crescer, aquecendo toda a cadeia de produção do setor. “Tenho convicção de que a medida é muito positiva, no sentido que deve estimular a construção civil; os diversos fornecedores, como cimento, aço e concreto; a geração de empregos; a arrecadação fiscal. O setor bancário também ganha, com mais clientes firmando contratos de longo prazo”, enumera Boia.
Dentro dessa expectativa do aumento da demanda, a Campos Gouveia dá um passo adiante com os três lançamentos previstos para acontecer até o fim do ano. “Apesar da crise, a gente nunca deixou de lançar nenhuma das obras vendidas, pois o compromisso com o cliente e com a entrega no prazo é uma de nossas maiores marcas. A mudança no crédito habitacional nos deixa ainda mais otimistas para um aquecimento do setor nos próximos anos”, avalia Breno.
As novidades são o Porto Cayman Residence, com apartamentos de 2 e 3 quartos, na beira-mar de Tamandaré; o condomínio de casas Jardins do Poço, no Poço da Panela, com imóveis de alto padrão; e o edifício Praça dos Baobás, na Estrada de Belém, também no Recife. A perspectiva é de boas vendas, principalmente com a chegada do fim do ano. “Normalmente, novembro e dezembro são meses de muita procura no nosso setor e na nossa empresa, por isso concentramos esses lançamentos neste período. Nem o fato de dezembro acabar praticamente no dia 20 prejudica as vendas, é um dos melhores meses em termos de fechamento de negócios”, comemora o diretor.
Para 2020, a construtora planeja lançar mais cinco empreendimentos, com perfis diferenciados, e acredita que a nova política da Caixa Econômica Federal cai como uma luva para seus clientes. “Tudo que é novo leva um tempo para amadurecer, não será diferente com essa alternativa de crédito. Mas a procura já tem sido muito grande, acompanhamos os números no sistema da CTI, e temos convicção de que a adesão vai ser boa. Com a redução do comprometimento da renda, é a solução ideal para quem estava correndo risco de perder seu imóvel e agora vai conseguir honrar o compromisso”, finaliza Breno.